2015 reservou várias surpresas boas em relação a alguns produtos culturais. Listei alguns desses achados e comentei brevemente neste post. Concorda comigo em alguma coisa: me ame, eu deixo. Discordou? Bora trocar uma ideia aqui nos comentários ou pelas redes sociais! Aproveita pra me indicar outras coisas legais 😉
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MELHOR ÁLBUM QUE ESCUTEI
Troco Likes, de Tiago Iorc
Já conhecia uma ou outra música do cara mas, anté então, não tinha nenhum apego muito fora do normal ao trabalho dele. Daí o filho da mãe lança ‘Troco Likes’ que, simplesmente, traz de volta uma coisa que eu só tive na época da infância e adolescência: gostar de absolutamente TODAS as faixas do disco! Recomendo que, quando tiver a fim de ouvir algo bacana, acesse a playlist abaixo! Destaques para “Bossa”, “Amei Te Ver” (que até virou clipe de ~suspense~ com a Bruna Marquezine!), “Mil Razões” e “Sol que faltava”.
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MELHOR SÉRIE DE TV QUE ASSISTI
Sense8, de J. Michael Straczynski e os irmãos Andy e Lana Wachowski
Netflix resolve lançar a série num determinado dia de 2015, dando acesso a absolutamente TODOS os episódios. Daí você vai assiste, gosta, continua, termina de ver a série inteira em 48 horas e pensa: “meo dels, o que vai ser da minha vida?”, pois teria que aguardar mais uma ano para ver a segunda temporada. “American Horror Story: Hotel”, “Game of Thrones”, “The Walking Dead”, “The Stitchers” e “The Whispers” que me desculpem… Recomendo a resenha/ crítica, análise, comentários do professor do PPGCOM/ UFPR Hertz Wendell pra você que se interessa em saber mais sobre a série. Se não assistiu, faça isso antes de janeiro de 2016 terminar. Afinal, a vida é muito curta pra você passar por ela e não assistir Sense8.
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MELHOR LIVRO QUE LI
‘Cultura da Conexão’, de Henry Jenkins, Joshua Green e Sam Ford
Uma obra que te leva a rever suas práticas, a valorizar ainda mais o papel e o comportamento do consumidor. De quebra, ainda enfrenta desafios como te apontar princípios de propagabilidade/ compartilhamento de conteúdos e gerar reflexões contundentes sobre engajamento, participação efetiva e possibilidades de certa ~universalização~ das produções.
Nova economia moral, redes temporárias, cultura participativa, web 2.0, cultura do residual e do retrô, engajamento transmídia versus engajamento total, mídias cívicas são exemplos de conceitos explorados e/ou revisitados ao longo das páginas. E é da mesma editora (Aleph) que publicou “Cultura da convergência” e “Idade Mídia”. O livro “Culturas híbridas”, de Néstor García Canclini, por outro lado, me surpreendeu pela organização do pensamento/ ideia que o autor defende e ilustra ao analisar o fenômeno que dá nome ao livro. Entretanto, “Cultura da Conexão: criando valor e significado através da mídia propagável” me respondeu alguns questionamentos mais atuais que o livro do Canclini, além de também ter passado à frente daquele que eu pensei ser meu xodózinho de 2015: “Roteiro”, de Syd Field (Ed. Arte e Letra).
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MELHOR VIDEOCLIPE BRASILEIRO
‘Boa Esperança’, de Emicida e Nave | Direção: Katia Lund e João Wainer
Em 2011, comecei a acompanhar o trabalho do Emicida por conta do clipe da música “Rua Augusta”, que tratava da interrelação entre os temas prostituição, maternidade e pobreza. Daí, ele me aparece com mais essa obra cinematográfica, com direito a tomadas aéreas, participação da mãe dele, figurino, fotografia e direção de arte quase que impecáveis. O rapper paulistano toca em assuntos como preconceito étnico-racial, desrespeito às mulheres e os resíduos da escravidão. Se, ao assistir o vídeo, você ainda achar que houve algum tipo de vitimismo ou violência excessiva, vale assistir também ao mini documentário sobre o videoclipe.
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MELHOR FILME NACIONAL (FICÇÃO) QUE ASSISTI
‘Que horas ela volta?’, de Anna Muylaert
Uma espécie de drama que conta a história da doméstica Val, que trabalha bem de boas para seus patrões que moram num bairro nobre de São Paulo. Tudo ia bem até sua filha Jéssica chegar na cidade pra prestar o vestibular e fazer o rebu, o fervo, trazer a treta, fechar o tempo e revirar tudo o que você puder imaginar na vida da família de patrões e da própria mãe. O filme pode fazer muita gente pensar que essa jovem, a Jéssica, é meio que abusada mas, no fim das contas, essa menina não faz mais do que a obrigação em causar o le frisson naquela casa. Como dizia a sábia youtuber Jout Jout, o filme é uma longa sequência de tapas na cara da gente que tá assistindo.
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MELHOR FILME ESTRANGEIRO QUE ~ASSISTI~
Me recuso a comentar pois ainda não assisti “Jogos Vorazes: A Esperança – parte 2”. Ok? Ok. “Star Wars: o despertar da força” tem lá sua importância dentro de uma cronologia da engenhosa indústria cultural, mas eu não sou obrigado a certos tipos de palhaçada com a cara da heroína Katniss.